Postado em 30/05/2010 por Marcelo Vallin
Ensaio Fotográfico Infantil – Sofia Vallin
Foi uma tarde maravilhosa estávamos na praia de Pipa, alguns km de Natal – RN, quando tivemos a idéia de irmos a Barra de cunhaú. Por lá conhecemos praias maravilhosas com águas claras e calmas, arrecifes impediam que o mar avançasse formando uma enorme piscina natural.
Imagine um rio desaguando numa praia. Para chegar lá é necessário atravessar de barco. Segundo a Revista Veja, temos a impressão de quem chega aqui é de estar diante de uma enorme lagoa, nem parece mar.
Sofia neste dia estava uma alegria só, brincava sem parar nas praias por onde passavamos. Foram momentos que não vamos esquecer jamais.
“Barra do Cunhaú é inclusive, um pólo de carcinicultura, a produção de camarões em cativeiro. Nos últimos anos, as principais atividades econômicas de Barra do Cunhaú – que antes eram a pesca e a cana de açúcar – são a produção de camarões e o turismo. O Rio Grande do Norte é o segundo maior produtor de camarão do país e detentor da maior área cultivada em território brasileiro. Frente às condições ecológicas favoráveis, a região Nordeste, e em especial o RN, concentra a maioria das fazendas de cultivo de camarão no país com cerca de 1800 produtores. A produção atual do RN é de aproximadamente 400 toneladas mensais.
As opções são tantas, que você pode escolher um tranqüilo banho de rio nas águas do Curimataú ou o surf no Pontal da boca da barra. O kitesurf e o windsurf encontram também o lugar ideal para a prática, tanto no rio quanto na praia. E se você quer passar mais tempo e conhecer o estilo de vida pacato da cidade, é possível alugar uma casa modesta e passar o verão como fazem muitos potiguares, paraibanos e pernambucanos”.
Conheça a história de Barra de Cunhaú:
Canguaretama além de ser palco de um show de belezas naturais foi palco também de uma das maiores carnificinas do Rio Grande do Norte. Em 16 de julho de 1645, o Pe. André de Soveral e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por mais de 200 soldados holandeses e índios potiguares. Os fiéis participavam da missa dominical, na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, que deu nome ao local. O engenho Cunhaú, também fica em Canguaretama, na verdade um pouco longe de Barra do Cunhaú.
Segundo o Postulador da Causa dos Mártires, Monsenhor Francisco de Assis Pereira, em seu livro Protomártires do Brasil: “Os holandeses chegaram à Capitania do Rio Grande, no dia 08 de dezembro de 1633. Depois da rendição pelos portugueses da Fortaleza dos Reis Magos, que defendia a entrada marítima da Cidade (de Natal), a principal preocupação dos invasores foi assumir, o quanto antes, os pontos estratégicos que garantiam a economia da região e subsistência da população”.
A economia do Rio Grande do Norte era ainda bastante primitiva. Viviam os moradores das plantações de milho e mandioca, da pesca e da criação de gado. Uma outra fonte de renda para o Rio Grande era a lavoura de cana de açúcar. Na capitania do Rio Grande havia apenas dois engenhos: o Potengi e o Cunhaú. O primeiro a ser invadido pelos holandeses foi o Potengi, por estar mais próximo de Natal, apesar do engenho Potengi não representar muito para a economia do Rio Grande. O engenho Cunhaú, a 80 Km de Natal, era o mais importante centro da economia do Rio Grande.
O vale do Cunhaú, onde estava situado o engenho, irrigado pelo rio do mesmo nome, constituía um imenso campo verdejante de canaviais e plantações de milho e mandioca. Toda a colheita de cana de açúcar era moída no engenho que chegou a ter safras anuais de seis a sete mil arroubas de açúcar. A produção de açúcar, carne e farinha era exportada para Pernambuco e Paraíba, através do Rio Cunhaú que desemboca no Oceano Atlântico.
Por tudo isso, Cunhaú se tornou o alvo da ambição e cobiça dos holandeses na sua ânsia de dominar toda a região e controlar a sua economia. Sua posição estratégica, a meio caminho da Paraíba, fez de Cunhaú um palco de lutas sangrentas, vinganças e saques entre portugueses, índios e holandeses.
O MORTICÍNIO NA CAPELA DE CUNHAÚ
Passadas as turbulências que caracterizaram o início da ocupação, a vida do engenho parecia ter voltado à normalidade. Ao redor da Capela de Nossa Senhora das Candeias, viviam pacatamente 70 modestos colonos com suas famílias, inteiramente dedicados aos trabalhos na lavoura e na moagem da cana.
O movimento de insurreição contra o domínio holandês já começara em Pernambuco, mas na capitania do Rio Grande tudo parecia normal. Bastou, porém, a presença de Jacó Rabe, um alemão a serviço dos holandeses, para que o clima se tornasse tenso.
Rabe era um personagem conhecido dos moradores de Cunhaú. Freqüentes eram aquelas incursões por aquelas paragens, sempre acompanhado de seus amigos e liderados, os ferozes índios tapuias. A simples presença de Rabe e dos tapuias já constituía motivo suficiente para suspeitas e temores. Além dos tapuias, Jacó Rabe trazia, desta vez, consigo alguns potiguares com o chefe Jererera e soldados holandeses, uma vez que se apresentava em missão oficial, dizendo-se portador de uma mensagem do Supremo Conselho Holandês, do Recife aos moradores de Cunhaú.
No dia seguinte, um domingo, aproveitando a presença de um grande número de colonos na igreja para a missa dominical celebrada pelo Pároco Pe. André de Soveral, Jacó Rabe mandara afixar nas portas da igreja um edital, convocando a todos para ouvirem as Ordens do Supremo Conselho, que seriam dadas após a missa.
Muitos compareceram, mas uma chuva torrencial, providencialmente caída naquela manhã, impediu que o número fosse maior. (…) Como havia um certo receio pela presença de Jacó Rabe alguns preferiram ficar esperando na casa de engenho.
Quando chegou a hora da missa, os fiéis, em grupos de familiares ou de amigos, se dirigiram à igrejinha de Nossa Senhora das Candeias. Levados a cumprir o preceito religioso, evidentemente não portavam armas, proibidas pelas autoridades holandesas.
Bastou o Pe. André iniciar a celebração, e a um sinal de Jacó Rabe, foram fechadas todas as portas da Igreja e se deu início à terrível carnificina. Foram cenas de grande atrocidade: os fiéis em oração, tomados de surpresa e completamente indefesos, foram covardemente atacados e mortos pelos flamengos com a ajuda dos tapuias e potiguares. Ao perceber que iam ser mesmo sacrificados, os fiéis não se rebelaram. Ao contrário, rezavam enquanto o Pe. André rezava apressadamente o ofício da agonia.
Fonte: www.barradocunhau.com.br/conteudo/informativo/conheca.asp
www.barradocunhau.com.br/conteudo/informativo/historia.asp
www.arquidiocesedenatal.org.br/Martires.htm
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